Metformina associado a Insulina no tratamento do diabetes tipo 1, vale a pena?

Estudos anteriores que avaliaram o efeito da metformina no controle glicêmico de adolescentes com diabetes tipo 1 produziram resultados inconclusivos. Um ensaio clínico randomizado com o objetivo de avaliar a eficácia e a segurança dametformina, como adjuvante da insulina no tratamento de adolescentes com sobrepeso e comdiabetes tipo 1, foi realizado e publicado pelo periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA).
O estudo multicêntrico (26 ambulatórios de endocrinologia pediátrica), duplo-cego, randomizado, controlado porplacebo, envolveu 140 adolescentes com idades entre 12,1 a 19,6 anos (média 15,3 anos), com duração média dodiabetes tipo 1 de sete anos, média de índice de massa corporal (IMC) acima do percentil 94 para idade, média do total de insulina usada diariamente de 1,1 (0,2) U/kg e média de HbA1c de 8,8% (0,7%). As intervenções de randomização foram para receber metformina (n=71) (≤2000 mg/dia) ou placebo (n=69).
O desfecho primário foi a alteração na HbA1c da linha de base até a 26ª semana, ajustadas para HbA1c da linha de base. Os desfechos secundários incluíram a alteração contínua nos índices de monitorização da glicoseinsulinadiária total, IMCcircunferência da cintura, composição corporal, pressão arterial e lipídios.
Entre outubro de 2013 e fevereiro de 2014 foram inscritos 140 participantes. HbA1c da linha de base foi de 8,8% em cada grupo. Com 13 semanas de acompanhamento, a redução da HbA1c foi maior com a metformina (-0,2%) do que com o placebo (0,1%; diferença média de -0,3% [IC 95%, -0,6% para 0,0%]; P=0,02) . No entanto, este efeito diferencial não se manteve em 26 semanas de acompanhamento, quando a alteração média na HbA1c da linha de base foi de 0,2% em cada grupo (diferença média de 0% [IC 95%, -0,3% e 0,3%]; P=0,92).
Com 26 semanas de acompanhamento, a insulina diária total por kg de peso corporal foi reduzida em pelo menos 25% da linha de base em 23% (16) dos participantes no grupo tratado com metformina versus 1% (1) dos participantes no grupo placebo (diferença média de 21% [IC 95%, 11% a 32%]; P=0,003). 24% (17) dos participantes no grupo metformina e 7% (5) dos participantes no grupo do placebo tiveram uma redução no escore z de IMC de 10% ou mais do valor basal em 26 semanas (diferença média, 17% [IC 95%, 5% a 29%]; P=0,01). Eventos adversos gastrointestinais foram relatados por mais participantes no grupo tratado com metformina do que no grupo placebo(diferença média de 36% [IC de 95%, 19% a 51%]; P<0 font="">
Entre os adolescentes com excesso de peso e com diabetes tipo 1, a adição de metformina à insulina não melhorou o controle glicêmico após 6 meses de acompanhamento. Dos vários desfechos secundários, os resultados favoreceram o uso de metformina apenas para a dose de insulina e medidas de adiposidade. Por outro lado, o uso de metformina resultou em um aumento do risco de eventos adversos gastrointestinais. Estes resultados não corroboram a prescrição de metformina para adolescentes com sobrepeso e com diabetes tipo 1 com o objetivo de melhorar o controle glicêmico.
Até mais.
NEWS.MED.BR, 2015. Metformina adicionada à insulina no controle glicêmico de adolescentes com sobrepeso/obesidade e diabetes tipo 1: vale a pena?. Disponível em: . Acesso em: 18 mai. 2016.

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