Folato e vitamina B12 durante a gravidez e o risco de Transtorno do Espectro Autista..

O papel da nutrição durante o pré-natal no desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA) é pouco estudado. A ingestão adequada de folato pela mãe é importante na proteção contra defeitos do tubo neural na prole, mas a incerteza permanece sobre o seu papel no TEA.
Com o objetivo de entender a relação entre a suplementação multivitamínica materna durante a gravidez, os biomarcadores de folato e de vitamina B12 medidos no plasma materno 24 a 72 horas após o parto e o risco de desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista em crianças, no futuro, foi realizada uma pesquisa publicada pelo The FASEB Journal.
Os dados são do Birth Cohort Boston, um estudo de coorte, longitudinal, prospectivo, que recrutou pares mãe-prole de baixa renda urbana, principalmente de minorias (n=1.391), com nascimentos ocorridos no Boston Medical Center e acompanhamento dos bebês desde o nascimento até a infância, entre 1998 e 2013. Com base em registros médicos eletrônicos, as crianças foram diagnosticadas como portadoras de TEA (n=107) ou classificadas como "típico" (n=1.284). Os dados sobre suplemento multivitamínico no pré-natal foram avaliados e amostras de sangue materno foram coletadas 24-72 horas pós-parto. Os níveis de folato no plasmavitamina B12 e homocisteína foram posteriormente analisados e o status do genótipo MTHFR materno também foi determinado. 
Houve uma considerável variabilidade na frequência de utilização de multivitamínicos e os níveis plasmáticos entre as mães estudadas. Suplementação multivitamínica materna (3-5 vezes/semana) foi associada a um risco significativamente menor de TEA na prole em todos os trimestres. No entanto, quando os níveis de vitamina B12 e folato no plasma foram analisados como variáveis de exposição, altos níveis de vitamina B12 materna (>600 pmol/L) foram associados com aumento significativo do risco de TEA. Altos níveis de folato materno (>59 nmol/L) também foram associados ao risco aumentado de TEA. O risco foi maior para aquelas crianças cujas mães tinham tanto folato plasmático alto (>59 nmol/L), quanto vitamina B12 (>600 pmol/L). O risco de TEA em crianças não diferiu com base no genótipo materno. Os níveis de homocisteína materna não previram o risco de TEA na prole.
Concluiu-se que, na coorte estudada, houve risco elevado de TEA associado a níveis elevados de folato no plasmamaterno (>59 nmol/L), o que excede em muito o corte sugerido pela Organização Mundial de Saúde (>45,3 nmol/L); no entanto, a suplementação materna de vitaminas relatada teve efeito protetor. O excesso de vitamina B12 materna (>600 pmol/L) durante a gestação também mostrou estar associado a um maior risco de TEA na prole. O risco deTEA foi maior quando as mães tinham tanto excesso nos níveis de folato, quanto de vitamina B12 no pré-natal.
Até mais.

NEWS.MED.BR, 2016. Folato e vitamina B12 durante a gravidez e o risco de Transtorno do Espectro Autista. Disponível em: . Acesso em: 18 mai. 2016.

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