A administração de corticoides no período pré-natal reduz a mortalidade de bebês de muito baixo peso...
A administração de corticoide em período pré-natal reduz um 38% a mortalidade de recém-nascidos de muito baixo peso, de acordo com o estudo "Perinatal factors associated with neonatal mortality in very low birth weight infants: a multicenter study" realizado pela Maternidade Sardá de Buenos Aires, Argentina; do Hospital São José, Santiago, Chile; da Graduate School of Business da Universidade de Columbia e de Membros da Rede Neonatal NEOCOSUR. Foi realizado um estudo coorte retrospectivo com Recém-Nascidos de Muito Bajo Peso (RNMBP) de 26 centros perinatais terciários e universitários da NEOCOSUR, que inclui Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, entre os anos 2000 e 2011, que conta com 11455 registros.
A sobrevivência dos RNMBP aumentou com a idade gestacional, o parto por cesárea e a administração de corticoides, enquanto as variáveis associadas com resultados desfavoráveis foram o parto vaginal, a sepse precoce e as características maternas como o componente social.
A prematuridade (idade gestacional menor que 37 semanas) consiste na principal causa direta de morte de recém-nascidos (RN), sobretudo nos de muito baixo peso ao nascer (≤ 1500 g). A prematuridade também se mostra como uma importante causa indireta de morte, e a pobreza se vê fortemente associada ao aumento deste risco, levando a que 99% das mortes neonatais mundiais se originem em países de subdesenvolvidos.
Entre os objetivos do estudo está o de avaliar os fatores de risco associados a mortalidade neonatal em RNMBP e o impacto da administração pré-natal de corticoides.
Para realizar essa avaliação, foram comparadas as características maternas, neonatais e a morbidade entre os recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP) que vieram a óbito e os sobreviventes ate a alta.
Os efeitos dos da administração de corticoides em período pré-natal sobre a morbimortalidade neonatal forma estimados através do método de pareamento. Este método consiste na divisão dos indivíduos estudados em grupos idênticos em todos os sentidos salvo no tratamento. Os métodos de matching ou pareamento permitem construir duas amostras o mais parecido possível diante das variáveis observadas, de acordo com a estrutura de um experimento aleatorio.
De 11991 RNMBP ingressados na base de dados entre 2000 e 2011, 11 455 reuniram os critérios de seleção e a taxa de mortalidade neonatal (TMN) global do período foi de 22,3%.
A partir deste estudo foram identificados quatro fatores associados independentemente dos resultados desfavoráveis: ausência de exposição a corticoides pré-natal e parto vaginal, os fatores relacionados com variáveis biológicas (sexo masculino, prematuridade de menos de 32 semanas, restrição do crescimento intrauterino), os relacionados com a assistência no parto (pontuação de Apgar < 3 al 5to minuto) e os relacionadas com os cuidados intensivos (sepse precoce).
As características maternas dos RNMBP falecidos ilustram a forte influência do componente social e o acesso à atenção sobre dos resultados perinatais. Sabe-se que a associação entre hipertensão na gravidez e redução do tamanho ao nascer, que pode acelerar a maduração pulmonar e, consequentemente, reduzir a mortalidade neonatal (MN).
Os fatores independentemente associados a menor mortalidade dos RNMBP foram a administração de corticoides pré-natais (OR 0,49; IC 95%: 0,43-0,54), melhor pontuação de peso ao nascer, hipertensão arterial (OR 0,67; 0,58-0,77) e cesárea (OR 0,75; 0,65-0,85).
Até mais.
Fonte. www.rima.org
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