Tempo no alvo das glicemias...

      As metas para controle glicêmico devem ser individualizadas de acordo com a situação clínica e as preferências do paciente. Os parâmetros mais avaliados são a HbA1c e as glicemias capilares ou plasmáticas ao longo do dia. Atualmente, a monitorização contínua da glicose permite que o paciente e o médico utilizem novos parâmetros, como o tempo no alvo (TIR, sigla do inglês Time in Range), o tempo em hipoglicemia, o coeficiente de variação e a glicemia média estimada. 

O tempo no alvo, com o limite entre 70 e 180 mg/dL, mostrou boa correlação com a HbA1c na maior parte dos estudos, e é recomendada para o manejo clínico de pacientes com diabetes tipo 1.  TIR de 70% corresponde a uma HbA1c de aproximadamente 6,7% e para cada aumento absoluto de 10% do TIR, observou-se uma queda correspondente de 0,8% da HbA1c

A HbA1c isolada não permite mensurar a variabilidade glicêmica e nem a hipoglicemia. 

Segundo diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) de 2021 e da American Diabetes Association (ADA) 2022, as metas glicêmicas recomendadas para adultos com diabetes tipo 1 são:

  • HbA1c < 7,0%, desde que não incorra em hipoglicemias graves e frequentes.

  • Glicemia capilar em jejum entre 80 e 130 mg/dL e glicemia duas horas após o início das refeições < 180 mg/dL

  • Tempo no alvo (Time in Range) > 70%

  • Tempo em hipoglicemia nível 1 (glicemia < 70 mg/dL) < 4%

  • Tempo em hipoglicemia nível 2 (glicemia< 54 mg/dL) < 1%

  • Variabilidade glicêmica < 36%

Metas menos estritas podem ser consideradas para pacientes idosos e/ou pacientes com risco de hipoglicemia, menor expectativa de vida, comorbidades importantes, complicações vasculares estabelecidas ou falta de suporte social. 

Alguns médicos e pesquisadores têm sugerido a necessidade de indicadores clínicos capazes de simplificar o acompanhamento prolongado dos pacientes, considerando a grande quantidade de dados que se pode obter com o monitoramento contínuo da glicose.


Até mais.


Fonte: Medscape

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