Estimulação magnética intracraniana: novo tratamento contra obesidade?...

A estimulação de baixa frequência (1-Hz) suprime a excitabilidade cortical, enquanto a alta frequência (> 3 Hz) a aumenta, assim era esperado que o grupo de 18-Hz tivesse um aumento da liberação de dopamina em resposta ao alimento, explicou o Dr. Luzi.
Antes do início, após cinco semanas de tratamento, e um mês depois, os participantes preencheram um questionário sobre compulsão alimentar, tiveram o peso registrado, e foram submetidos a coleta de sangue para determinação de parâmetros metabólicos.
As sessões de estimulação magnética transcraniana repetitiva e as simuladas ocorreram três vezes na semana por cinco semanas. Antes das sessões de estimulação magnética ou simuladas, os pacientes viam imagens de seus alimentos favoritos. Eles receberam estimulação magnética transcraniana repetitiva com bobinas profundas, que atingia o córtex pré-frontal e a ínsula bilateralmente, ou o tratamento simulado.
Todos os pacientes receberam orientações de um nutricionista e de um educador físico a cada duas semanas.

Perda de peso significativa após 5 semanas de tratamento
 
Com cinco semanas, os pacientes que receberam a estimulação magnética transcraniana repetitiva de alta frequência perderam 4,5kg e sua compulsão alimentar foi reduzida em 34% – mudanças significativamente maiores do que nos demais pacientes. Esses pacientes continuaram a perder peso, e, um mês depois, haviam perdido 3,2% do peso inicial.
Com apenas intervenções no estilo de vida, pacientes do grupo controle simulado ainda perderam 1,8% do peso basal, observou Dr. Luzi.
Com cinco semanas, pacientes no grupo de estimulação magnética transcraniana repetitiva de alta frequência tiveram reduções significativas nos níveis sanguíneos de glicose, colesterol, e cortisol, e um aumento significativo na epinefrina, comparado com os valores basais. Essas mudanças não foram observadas nos demais participantes.
"Esses achados apoiam o valor da estimulação magnética como um novo tratamento promissor para a obesidade", resumem os pesquisadores.
Se os pacientes começarem a recuperar o peso ou se a compulsão alimentar retornar, o procedimento pode ser repetido em mais algumas sessões, observou Dr. Luzi.

Como a estimulação magnética transcraniana repetitiva estimula o centro de recompensa cerebral, que está envolvido em outros comportamentos de adição (como tabagismo ou jogo), em teoria, pacientes que recebem tratamento da mesma natureza para a obesidade também podem ter uma redução em outros vícios, especulou o pesquisador.
De acordo com o Dr. Luzi, "os pacientes estão incrivelmente felizes" com esse procedimento.
"Eles adoram. Nós temos uma fila de pacientes; estamos recebendo ligações telefônicas... Não há problema de adesão, eles querem fazer isso."
Os pesquisadores estão avaliando esses pacientes por mais seis meses.
 
Até mais.

Fonte:
Sessões Científicas de 2016 da American Diabetes Association; 12 de junho de 2016; Nova Orleans, Louisiana. Resumo 266-OR

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