Também foi publicada na mesma edição do JAMA Internal Medicine uma curta carta de pesquisa da Dra. Medha N Munshi, do Joslin Diabetes Center,
Boston, Massachusetts, descrevendo um pequeno estudo no qual o regime
de insulina de adultos mais idosos com diabetes tipo 2 foi simplificado.
Isso foi alcançado ao mudar múltiplas doses diárias de insulina antes
das refeições para insulina glargina uma vez ao dia, resultando em menor
hipoglicemia e desconforto relacionado à doença, sem comprometer o
controle glicêmico.
A Dra.
Rozalina comentou: "Foi reconfortante ver que não houve aumento na
HbA1c, o que eu penso ser um medo comum dos médicos e pacientes quando
estão diante da possibilidade de reduzir o tratamento hipoglicemiante".
Complexidade clínica e hipoglicemia
No
estudo da Dra. Rozalina et al, os pesquisadores obtiveram dados entre
2001-2011 de adultos com diabetes que tinham níveis de HbA1c abaixo de
7% ao longo de dois anos de um banco de dados administrativo com mais de
100 milhões de indivíduos cadastrados em planos privados e no Medicare
Advantage*, nos Estados Unidos.
Após
a exclusão de pacientes com hipoglicemia grave nos últimos 12 meses,
aqueles que receberam prescrição de insulina nos últimos 120 dias, e
daqueles com diabetes tipo 1 ou gestacional ou sem dados completos, um
total de 31.542 pacientes foram incluídos.
Alta complexidade
clínica, definida como um composto de idade de 75 anos ou mais ou muitas
comorbidades, definidas pela presença de doença renal terminal,
demência, ou três ou mais condições crônicas graves, foi identificada em
12,4% do total (3910 pacientes).
O tratamento "intensivo" foi
definido pela adição de qualquer medicação naqueles com níveis de HbA1c
de base de 5,6% ou menor, uso de dois ou mais medicamentos no início do
estudo, adição de mais um medicamento no período de estudo naqueles com
HbA1c de 5,7% a 6,4%, ou adição de dois ou mais medicamentos ou insulina
naqueles com HbA1c de 6,5% a 6,9%.
Os regimes que não preenchiam critérios para tratamento intensivo foram considerados tratamento padrão.
No
total, 8048 pacientes (25,5%) foram tratados de forma intensiva,
incluindo 7317 (26,5%) com baixa complexidade clínica e 731 (18,7%) com
alta complexidade clínica.
Digno de nota, 76% dos pacientes
tratados intensivamente não tiveram seu tratamento diminuído após um
resultado de HbA1c ter sido obtido. Aproximadamente três quartos de
ambos grupos de baixa e alta complexidade clínica continuaram com seu
regime intensivo de base.
A
probabilidade de risco ajustada de tratamento intensivo foi 25,7% para
pacientes com baixa complexidade clínica e 20,8% para aqueles com alta
complexidade clínica (p < 0,001 para a diferença absoluta).
Pacientes
com alta complexidade clínica tiveram probabilidade significativamente
menor de serem tratados intensivamente que pacientes com baixa
complexidade clínica (OR – razão de chances, 0,76).
A incidência
global não ajustada ao longo de dois anos de hipoglicemia grave –
definida como episódios necessitando uma consulta ambulatorial,
internado ou na emergência – foi de 1,4%.
A
hipoglicemia grave foi significativamente mais frequente entre
pacientes com alta em relação à baixa complexidade (2,9% contra 1,2%, p
< 0,001).
Entre os pacientes com baixa complexidade clínica, a
probabilidade de risco ajustada de hipoglicemia grave não aumentou com
tratamento intensivo (1,02% com tratamento padrão versus 1,3% com
tratamento intensivo).
Por outro lado, entre os pacientes com alta
complexidade clínica, a probabilidade de risco ajustado de hipoglicemia
grave aumentou significativamente de 1,74% com tratamento padrão para
3,04% com tratamento intensivo.
Até mais.
Fonte: Controle glicêmico intensivo pode ser prejudicial para alguns pacientes diabéticos. Medscape. 08 de julho de 2016.
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