AVANÇOS DOS EQUIPAMENTOS NO TRATAMENTO DO DIABETES...

Que tal amolar a agulha da seringa em uma pedra para facilitar a aplicação de insulina? O Dr. Larry Hirsch, que tem diabetes e usa insulina há 57 anos, explicou a situação: “Era muito simples. Ou tomava insulina ou morria”.
O relato parece compor um quadro muito antigo da história no tratamento do diabetes, mas não é. O Dr. Larry (da International Medicine and in Endocrinology and Metabolism), que esteve presente ao SITEC 2015, realizado recentemente em São Paulo, contou sua experiência no controle do diabetes. “Mesmo em um evento de tecnologia, a aplicação de insulina continua sendo um tema de destaque”. Ele explica que naquela época, qualquer adolescente era considerado incapaz. Ao longo da vida, foram 80.500 injeções de insulina.
O I Simpósio Internacional de Tecnologia em Diabetes levantou grandes debates sobre como novos equipamentos estão mudando o tratamento, como o descrito pelo Dr. Larry, um dos convidados internacionais presentes.
Desde as agulhas únicas que precisavam ser amoladas aos equipamentos com tecnologia bluetooth ou transmissão de dados sem fio, os participantes puderam conhecer equipamentos que, agora, são realidade e não mais ficção.
Um deles é Freestyle Libre, da Abbott, que ainda não está disponível para venda no Brasil. Trata-se de um sensor, com duração de 14 dias, que faz os testes de glicemia sem a necessidade de furar o dedo.
O equipamento é simples de ser configurado e foi feita uma demonstração para os participantes. O sensor é colocado no antebraço e dá o resultado da glicemia em tempo real. É composto por um aplicador e um sensor. O FreeStyle Libre não tem alarmes de alta ou baixa, o que significa que não é preciso atenção no caso de hipoglicemia. (https://www.youtube.com/watch?v=0cXwO9YBJxE)
Outra demonstração foi feita pela Roche, apresentando o Accucheck Online. Uma plataforma que integra Monitor Accu-Check Perfoma Connect com tecnologia blue tooth; aplicativo Accu-Check Connect, com compartilhamento automático dos dados para nuvem (armazenamento digital); e o computador.
Como isso acontece? Um exemplo para ficar mais fácil de entender. As fotos que você faz com o celular e que vão automaticamente para as contas do Facebook e Gmail. O processo de armazenamento automático, sem necessidade de intervenção, é feito assim.
As informações e relatórios podem ser consultados de qualquer computador ou dispositivo móvel. Os relatórios são feitos diariamente e podem ser incluídas fotos das refeições para uma avaliação dos valores utilizados. Também é possível compartilhar informações imediatamente com médicos ou cuidadores. A plataforma é um avanço do Accucheck 360, sem necessidade de instalação nos computadores pessoais.
Mas por que precisamos de tantos dados?
O questionamento foi feito pelo Dr. Roger Mazze (Estados Unidos). O médico da WHO Collaborating Center for Diabetes Education explica que é preciso entender como o organismo responde e se os resultados clínicos funcionam. “Sem os dados não podemos responder a diversas perguntas. Dependemos deles para tomar uma atitude em relação ao tratamento, a um erro ou acerto. Precisamos, também, de dados confiáveis para obter êxito.”
Bomba de Infusão
O uso e resultados da bomba de insulina foi tema de diversas apresentações ao longo do SITEC, incluindo os resultados de pesquisa realizada pela Dra. Ana Claudia Ramalho.
Entre as novidades apresentadas, o Sistema MiniMed Paradigm Veo, que é uma bomba de insulina com monitorização contínua de glicose e suspensão automática em caso de hipoglicemia.
O alarme para hipo não é novidade, mas a capacidade de suspender a liberação sim. Segundo os dados, o sensor de glicose lê a glicemia o tempo todo e faz um cálculo, prevendo o que pode acontecer meia hora antes.
O equipamento é composto por um sistema integrado de monitorização contínua que pode ser ativado ou desativado, dependendo das necessidades do paciente. A Paradigma Veo mostra os valores de glicose continuamente e armazena todas as informações para tomar a decisão de suspender a liberação da insulina (Low Glucose Suspend ou LGS) mesmo no período de sono.
Para o Dr. André Vianna, um dos endocrinologistas integrantes da Comissão Organizadora do SITEC, o impacto de tantas novidades foi muito positivo. Ele esclareceu que foi um espaço importante para encorajar quem ainda tem receio de adotar novas formas de tratamento. “Todo o retorno que tivemos foi animador. Os profissionais de saúde que vieram, foram embora com vontade de buscar novas alternativas. Sabemos o quanto o desconhecido assusta e isso é normal. Ao ver que não é tão complicado como imaginava, o médico passa a ter vontade de entrar nesse novo universo da tecnologia.”
freestyle-libre

Até mais.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes.

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