Após sofrer uma lesão séria na perna há cerca de um ano, o lutador de MMA, Anderson Silva, retornou para o octógono com uma vitória sobre Nick Diaz. Mas não foi a vitória do “Spider”, como é conhecido, que vem sendo comentada nos últimos dias, e sim, o resultado do teste antidoping realizado dia 9 de janeiro, ou seja, três semanas antes da luta.
O exame revelou dois tipos de esteroides no organismo do brasileiro, a Drastonolona e a Androsterona. Mas o que são essas substâncias? O Dr. Alexandre Hohl, presidente da SBEM Nacional, explica cada uma delas, como agem no organismo e com qual finalidade uma pessoa utiliza esse tipo de substância.
Site da SBEM: O que é a Drastonolona?
Dr. Alexandre Hohl: A drastonolona é um derivado sintético da dihidrotestosterona. Este hormônio se liga fortemente ao receptor androgênico (AR) e tem atividade anti-estrogênica. Existem estudos do seu uso no tratamento do câncer de mama, mas atualmente não é utilizado com este fim terapêutico. Por ser um derivado da testosterona, tem uso ilegal como uma droga anabolizante. Apresenta um efeito de queima de gordura, sendo moderadamente androgênico e anabólico, o que produz os "efeitos estéticos". A drastonolona não aromatiza e assim evita o aparecimento de ginecomastia.
Por outro lado, existe o risco dos efeitos adversos de androgenicidade (acne, queda de cabelo etc), alterações hepáticas, entre outras.
“Estes hormônios utilizados em "ciclos de anabolizantes" são aplicados em altas doses. Como a androsterona tem uma meia-vida curta, as aplicações acabam sendo frequentes. Além de homens que buscam o efeito anabolizante, mulheres também usam essa droga. Porém, geralmente em doses menores, mas com o comum risco de virilização.”
Site da SBEM: O que é a Androsterona?
Dr. Alexandre Hohl: A androsterona também é um hormônio esteroide, porém com fraca atividade androgênica. Ele é um dos precursores da testosterona. O hormônio DHEA (de hidro epi androsterona) é precursor da androstenediona e do androstenediol, ambos precursores da testosterona.
Site da SBEM: Além de aumento da massa muscular, o que busca o indivíduo que usa essas substâncias?
Dr. Alexandre Hohl: De uma maneira geral, busca-se a melhora do desempenho físico. Quando falamos de atletas, isto significa que o seu rendimento pode ser artificialmente otimizado. A busca estética baseia-se na diminuição de massa gorda e aumento de massa magra. Todo esse efeito dependerá do tipo de anabolizantes, da dose usada, do tempo de uso e da intensidade de cada atividade física realizada concomitantemente.
Site da SBEM: Ambas são injetáveis ou podem ser, por exemplo, encontradas em comprimidos? Caso seja injeção, em quanto tempo lutador sente os efeitos?
Dr. Alexandre Hohl: A formulação mais comum é injetável. No mercado ilegal, são encontrados todos os tipos de formulações.
Em geral, são feitos "ciclos" de anabolizantes, de 8 a 12 semanas. Esses ciclos acabam sendo repetidos conforme o objetivo (estético ou competição). A ação dos hormônios começa imediatamente após a primeira aplicação.
Site da SBEM: Durante quanto tempo a substância fica no organismo?
Dr. Alexandre Hohl: Depende da droga e do tempo de uso. Esses hormônios podem ser detectados até alguns dias após a última aplicação. Já as suas consequências (efeitos adversos), podem durar semanas e até meses.
Site da SBEM: Onde é produzido no corpo a Androsterona?
Dr. Alexandre Hohl: Os androgênios (testosterona, precursores e derivados) são produzidos no homem basicamente nos testículos. Menos de 1% é produzido nas glândulas adrenais.
Na mulher, essa produção é dividida (50%) entre os ovários e as adrenais. A androsterona, na forma de DHEA, é produzida no corpo humano. Já a drastonolona, por ser sintética, não é produzida no corpo humano.
“Estes hormônios utilizados em "ciclos de anabolizantes" são aplicados em altas doses. Como a androsterona tem uma meia-vida curta, as aplicações acabam sendo frequentes. Além de homens que buscam o efeito anabolizante, mulheres também usam essa droga. Porém, geralmente em doses menores, mas com o comum risco de virilização.”
Até mais.
Fonte: www.endocrino.com.br
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