Reportagem de hoje no jornal Atribuna, sobre a falta de pediatras.
Fuga de pediatras: valores assustam
O que você quer ser quando crescer? Para essa pergunta, antigamente muitos professores do ensino infantil recebiam desenhos comum de personagem de branco olhando para uma criança. Médico pediatra liderava a
lista das profissões mais desejadas. Hoje, o desinteresse de 62,3% dos profissionais habilitados a assumirem uma vaga de pediatria no último concurso da Prefeitura de Santos mostra que os tempos são outros.
Como a valorização financeira e o reconhecimento profissional não acompanham o ritmo da rotina de atendimento, muitos estudantes estão escolhendo caminhos (mais rentáveis) que não vão pela pediatria e, quando passam, é por meio de especializações, como gastro ou cardiopediatria.
Em Santos, a Prefeitura revela dificuldade na contratação de pediatras para atendimento de urgência e emergência, nos prontos-socorros. Neste setor, o déficit é de seis profissionais para a realização de plantão semanal de 24 horas.
Tentando reverter este quadro, foi realizado concurso público em outubro de 2010. Foram habilitados 69 profissionais e, destes, 23 ingressaram na rede e três estão em fase da realização de exames médicos. Um total de 43 candidatos, apesar de aptos a assumirem o que antes era o sonho de tantos meninos e meninas, não quiseram ingressar no serviço.
“Eles estão fugindo porque trabalhar diretamente com a pediatria geral não dá condições de sobreviver”, argumenta o coordenador do curso de Ciências Médicas do Centro Universitário Lusíada (Unilus), Mauro Dinato. E entender esta fuga é simples, na visão do presidente do Sindicato dos Médicos de Santos e Região, Álvaro Norberto Valentim da Silva. Primeiro é um curso longo; depois vem a especialização, que demanda mais tempo e mais investimento para, no fim, não haver retorno financeiro.“No caso dos planos, há estudos que dizem que de R$ 50 de uma consulta, R$2,3 ficam para o médico, levando-se em conta tudo o que se gasta com telefone, luz, aluguel, secretária. Geralmente, para cada consulta com crianças são dois retornos, que não exigem nenhum outro procedimento”. Desta forma, a concorrência com outras áreas, como dermatologia e ortopedia, por exemplo, fica desleal.
Para quem não lembra, não levou ou nunca parou para pensar na consulta de uma criança no pediatra, Silva explica que é preciso tirar toda a roupa, examiná-la, enfrentar o choro, tentar fazer com que ela pare de chorar e, ainda, diagnosticar.
“E, principalmente, atendemos a mãe”, complementa a pediatra e professora no Unilus, Luceli Pinheiro. “As mães precisam de atenção, porque elas chegam com angústias”.
Apesar de uma queda visível no interesse pela pediatria, Luceli garante que os números melhoraram nos últimos dois anos.“Mas a Baixada sofre muito com um número pequeno de pediatras, que se concentram no setor privado e deixam um vazio na rede pública”– rede na qual ela trabalha.“É preciso um maior incentivo. Os alunos terminam o curso e vão procurar, claro, especializações que oferecem melhores condições”, explica ela.
REDE
Na rede municipal de Santos são ao todo 92 pediatras, distribuídos entre as unidades e serviços da Atenção Básica, Especializada, Pré-Hospitalar e Hospitalar e de Vigilância em Saúde. Na Atenção Básica, não há déficit de profissionais, garante a Prefeitura.
Até mais.
A Jú... até o ano passado se perguntassemos o que ela ia ser quando crescer...ela respondia:
ResponderExcluir- Vou ser Júlia mesmo. (hahaha...não tinha noção ainda)
Esse ano ela começou a dizer que vai ser médica de criança e tem sustentado firme e forte!!!
Será? Hehehe....