Infecção múltipla pode estar por trás da bronquiolite grave, segundo artigo do Archives of Pediatric Adolescent Medicine ...
Estudo prospectivo, multicêntrico, publicado no Archives of Pediatric Adolescent Medicine, avaliou se o tempo de permanência hospitalar de crianças com bronquiolite aguda grave é influenciado pelo patógeno infectante. Observou-se que a infecção pelo rinovírus está associada ao menor tempo de permanência hospitalar, quando comparada à infecção pelo vírusrespiratório sincicial ou à infecção por ambos os vírus.
Participaram do estudo 2.207 bebês e crianças com menos de dois anos de idade hospitalizados com bronquiolite. O estudo durou três anos e dezesseis hospitais norte-americanos foram incluídos na pesquisa.
Os resultados da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para Identificação de Vírus em aspirado da nasofaringe serviu como exame de identificação do patógeno infectante.
Dos 2.207 participantes, 72% tinham vírus respiratório sincicial (VRS) e 25,6% tinham rinovírus humano (RVH). A incidência de outros vírus e bactérias foi de 7,8% ou menos. Infecções múltiplas estavam presentes em 29,8% das crianças. Houve 1.866 crianças (84,5%) com VRS e/ou RVH. Dentre estas 1.866 crianças, a média de idade era de quatro meses e 59,5% eram meninos.
As crianças infectadas por ambos os vírus (VRS e RVH) permaneciam mais tempo no hospital, eram mais prováveis de ficar internadas por três ou mais dias, em relação àquelas que tinham apenas RVH. As crianças infectadas apenas pela RVH tinham internações mais rápidas do que crianças infectadas apenas pelo VRS. O controle de 15 fatores demográficos e clínicos foi realizado.
Neste estudo, o VRS foi o vírus mais comum detectado, mas o RVH foi detectado em um quarto das crianças. Uma em cada três crianças tiveram infecção múltipla e o RVH foi associado a uma menor permanência hospitalar. Estes dados questionam a eficácia das atuais práticas médicas em relação à bronquiolite, a verificação esporádica da etiologia viral das bronquiolites e de a etiologia não afetar os resultados de curto prazo nesta patologia.
Fonte: Archives of Pediatric Adolescent Medicine, publicação online de 2 de abril de 2012
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