Sociedade Brasileira de Pediatria lança campanha contra a violência infantil, subnotificada no Brasil
"No Brasil, temos o Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos e o SIPIA, que é o sistema de informação para a infância e adolescência. Nenhum dos dois representa a magnitude do problema", diz Sanchez.A ideia da campanha, segundo ela, é mostrar que é possível educar sem violência, evitando que a agressão seja uma forma legítima de solução de conflitos. Crescer em um ambiente violento e sofrendo maus tratos pode trazer consequências ao desenvolvimento e aprendizado das crianças, que são incapazes de se defender. Além disso, quem sofre violência pode apresentar maior índice de depressão, comportamento violento, tentativa de suicídio e distúrbios do sono. Entre os mais vulneráveis, estão crianças que têm pais desempregados, alcoólatras e dependentes de drogas ilícitas. Aquelas com deficiências mentais ou físicas também são mais suscetíveis a sofrer agressões.Os sinais podem ser invisíveis para quem não está atento, explica Sanchez. Eles podem vir com queixas de falta de apetite, tristeza, problemas para dormir. Quando os sinais são aparentes, as crianças apresentam hematomas, histórico de ossos quebrados, queimaduras, fraturas de crânio, entre outros sintomas. "A campanha tenta trazer para a agenda do pediatra um olhar perceptivo e atento para os casos. Infelizmente, ainda é comum que um menino violentado passe por médicos e enfermeiros sem que a causa de determinada queixa seja identificada", diz.Em determinados casos, é preciso que o médico peça ao acompanhante para sair do consultório e abordar a criança. Quem souber de algum caso de abuso, pode denunciar para o número 100 — a notificação pode ser anônima. "A prevenção começa no pré-natal, quando o pediatra olha a paciente no olho e dá a atenção que ela precisa. E se prolonga por toda a vida."
Até mais.
Fonte: Revista Veja.
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