A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai limitar, a partir de abril, o tempo máximo para que os clientes de planos de saúde consigam agendar consultas, exames e cirurgias – uma das principais reivindicações das entidades de defesa do consumidor.
O principal objetivo dessa medida é estimular as empresas a promover o credenciamento de prestadores de serviços nos municípios que fazem parte de sua área de cobertura. A criação de um regulamento específico levou em conta a demora para atendimento na rede credenciada, noticiada constantemente na imprensa e registrada pelo órgão regulador.
Formuladas a partir de um questionário respondido pelas empresas do setor, as novas regras já estavam previstas numa resolução normativa, que seria publicada em outubro do ano passado. No entanto, a ANS entendeu que deveria abrir uma consulta pública para que a sociedade pudesse sugerir melhorias e críticas na proposição inicial.Uma das definições mais aguardadas pelas empresas são os mecanismos exigidos para viabilizar aos clientes o tempo máximo de espera para cada tipo de atendimento.
Conforme proposta da ANS, na ausência de especialista e procedimentos na área de abrangência da empresa, esta deverá garantir o atendimento num local não credenciado no mesmo município.Se isso não for possível, terá de garantir o transporte do beneficiário até um local credenciado ou ainda reembolsar integralmente o custo pago pelo serviço realizado num prazo de 30 dias.
A principal preocupação das operadoras é a forma de interpretação da determinação da ANS.
Num primeiro momento, os clientes entendem que terão de ser atendidos pelo médico de sua confiança no prazo estabelecido. Na verdade, a resolução do órgão regulador exigirá que a operadora terá de conseguir uma consulta com qualquer profissional do convênio para a especialidade indicada.
O gerente-executivo de mercado da Unimed-Santos, Sérgio Ratti, admitiu que esse problema deverá ser recorrente no início. Também explicou que a rede de profissionais da cooperativa está pronta para cumprir a determinação da ANS.“Entendo que o paciente já acostumado com o especialista que o acompanha há algum tempo vai querer esperar além do prazo para ser atendido. Não podemos interferir nessa relação médico-paciente”, minimizou.
Conforme o responsável pelo plano de saúde da Santa Casa de Santos, Erimar Carlos Brehme de Abreu, a proposta da ANS é benéfica, mas faz uma ressalva.“Existem especialidades que estão em falta no nosso mercado, como endocrinologistas, dermatologistas e psiquiatras. Em sua avaliação, pode haver casos de pessoas que terão de viajar até para outro estado para serem atendidos. “O custeio disso será repartido com os demais, o que poderá tornar os custos das mensalidades inviáveis”, explicou.
Até mais.
Fonte: ATRIBUNA.
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