Uma equipe de pesquisa nos EUA conseguiu criar um sensor, que pode ser implantado debaixo da pele, capaz de monitorar constantemente os níveis de glicose no sangue. Por enquanto, o aparelho funcionou bem em porcos, durante um ano. Testes com seres humanos já estão sendo planejados para começar em alguns meses. Se derem certo, o implante permitirá ao paciente administrar melhor a sua dieta ou a sua dosagem de remédios ou insulina.
Por ser transmitido eletronicamente, como uma conexão de internet sem fio, o monitoramento pode também ser acompanhado à distância pelo médico. "O teste em humanos está apenas no estágio de planejamento. O aparelho seria implantado em tecidos subcutâneos no abdômen, na lateral do corpo, logo acima da cintura, ou logo abaixo da clavícula, no alto do torso", diz o líder do estudo, David Gough, da Universidade da Califórnia em San Diego. "Também é muito cedo para dar uma estimativa de quando custaria, mas nosso objetivo é torná-lo comparável a um ano de gastos com os medidores que furam a ponta dos dedos", acrescenta o pesquisador, cujo relato do experimento foi publicado na revista médica "Science Translational Medicine".
O sensor tem a forma de um botão com 3,8 cm de diâmetro e espessura de 1,5 cm. Foi implantado em dois porcos, um normal e um diabético, e funcionou enviando dados do açúcar no sangue continuamente por respectivamente 222 e 520 dias. O dispositivo detecta a glicose "procurando" a enzima oxidase. Ela faz o oxigênio ser consumido na proporção da glicose presente.
Os dados são enviados a um receptor do tamanho de um celular. Aliás, Gough e sua equipe pensar em mandar os dados para o celular do paciente. Tanto portadores de diabete tipo 1 como de tipo 2 poderão usar um dispositivo desses. O tipo 1 é o que não produz insulina suficiente. O uso de um sensor contínuo controlaria melhor a dose de insulina, a qual, se tomada em excesso, causa hipoglicemia, uma situação perigosa que pode levar à morte. O sensor também poderia estar conectado a bombas de insulina, e automaticamente ajustar sua administração ao paciente, já que o sensor daria a informação sobre o açúcar em tempo quase real. Fonte: Folha de São Paulo.
Até mais.
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